A vontade de viver condiciona todos os aspectos da existência, produzindo alternadamente sofrimento ou tédio. E posto que o instinto de sobrevivência está destinado ao fracasso ( porque todo ser vivente deve morrer) , não existe saída para essa dor universal. A única possibilidade de aplacar de algum modo e infelicidade constitutiva da existência está em combater a vontade de viver com o exercício de uma oposta não-vontade ou nolontade. Schopenhauer aconselha o silêncio , o jejum, a castidade, a renúncia sistemática, a fuga temporária da realidade por meio da arte ou de práticas orientais de meditação. Mesmo as técnicas praticadas pelos ascetas cristãos para atingir o êxtase, depois de desvinculadas dos pressupostos religiosos e enquadradas em um rígido ateísmo, podem funcionar, porque são capazes de afastar a psique do sujeito da normalidade cotidiana,induzindo-o por um curto período a esquecer-se de que existe.
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