“A morte não é o pior que pode
nos acontecer”
Pegue papel e caneta (ou celular,
notebook, tablet) e comece a anotar, em tópicos, todos os detalhes de seu
próprio funeral. Que tipo de caixão você gostaria de ter? Com que roupa estaria
vestida? Vai ser enterrado ou cremado? Quem não pode faltar ao enterro? Quem é
dispensável e quem não deveria aparecer de forma alguma? Que tipo de discurso
ou cerimônia combinaria mais com você?
A recomendação é de Platão (428 a.c.
— 348 a.C.): pensar no próprio funeral nos lembra que morreremos um dia. Assim,
passamos a valorizar cada instante e a vivê-lo intensamente, afinal, pode ser o
último. “Se não recordamos sempre disso, nos deixamos levar pela vida, quando
deveríamos ter controle sobre ela”, afirma o filósofo britânico Nigel
Warburton, outro grande responsável pela popularização da disciplina, com
livros como O Básico da Filosofia.
Pensar na morte nos faz viver
melhor, com objetivos mais claros. Serve para reavaliar o rumo que damos à
nossa existência e nos ajuda a identificar erros que cometemos, principalmente
no relacionamento com pessoas importantes para nós. Por exemplo: se você
morresse hoje, seu enterro seria parecido com o seu ideal? Se a resposta for
sim, você está conduzindo sua vida na direção certa. Se for não, talvez seja
hora de se reconciliar com aquele amigo ou familiar que hoje não participaria
de sua derradeira despedida.
Pensar em nosso fim nos dá a
oportunidade de mudar o que está errado enquanto ainda é tempo. Deveria ser uma
reflexão diária, não algo deprimente. "Para Platão, a morte define todos
os momentos em que estamos acordados, e talvez também nossas horas de
sono."
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