Pascal se refere a nós como criaturas que não se
aceitam (a si mesmas)?
Em diversas ocasiões o
filósofo demonstra esta afetação e a liga à sociedade e às ilusões de uma vida
não autêntica. Leia o que ele escreve em seus Pensamentos.
Não nos contentamos com
a vida que temos em nós e no nosso próprio ser: queremos viver na ideia dos
outros uma vida imaginária e para isso esforçamo-nos por manter as aparências.
Trabalhamos incessantemente para embelezar e conservar o nosso ser imaginário,
e descuramos o verdadeiro. E se temos ou a tranquilidade, ou a generosidade, ou
a felicidade, apressamo-nos a apregoá-lo, a fim de atribuir estas virtudes ao
nosso outro ser, e se fosse preciso estaríamos prontos a despojar-nos delas
para as juntar ao outro; de bom grado seríamos cobardes para adquirirmos a
reputação de valentes.
Grande sinal do nada
que somos, não nos contentarmos de uma coisa sem a outra, e trocarmos muitas
vezes uma pela outra! Pois quem não morresse para conservar a sua honra seria
infame.
Fonte de pesquisa Lúcio
Packter,
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