As coisas que temos realmente são nossas?
Há muitas respostas para uma questão como esta. Apresentamos uma delas, uma carta de Sêneca a Lucílio.
Tudo aquilo de que é considerado dono está à tua mão, mas sem ser verdadeiramente teu; um ser instável nada possui de estável, um ser efêmero nada possui de eterno e indestrutível. Perder é tão inevitável como morrer; se bem a entendermos, esta verdade é uma consolação para nós. Perde, pois, imperturbavelmente: tudo um dia morrerá. Que socorro podemos conseguir contra todas as nossas perdas? Apenas isto: guardemos na memória as coisas que perdemos sem deixar que o proveito que delas tiramos desapareça também com elas. Podemos ser privados de possuí-las, nunca de tê-las possuído. É extremamente ingrato quem pensa que já nada deve porque perdeu o empréstimo! O acaso privou-nos do objeto, mas deixou em nós o uso e proveito que dele tiramos, e que nós deixamos esquecer pelo perverso desejo de continuar a possuí-lo!
Sêneca a Lucílio.
Creio que na verdade nada é nosso, pelo menos nao para sempre. Podemos dizer que quando compramos algo, sim ele é nosso, mas não sabemos por quanto tempo, pois alguém pode rouba-lo, ou ate mesmo perde-lo. Ou ainda, quando chegar a hora, vamos morrer e não iremos levar nada daquilo que dizíamos ser nosso, ate mesmo pessoas amadas.
ResponderExcluirAdorei seu comentário pura realidade parabéns!
ResponderExcluir