ASSIM FALOU ZARATUSTRA
DO NOVO ÍDOLO
Estado, chamo eu, o
lugar onde todos, bons ou malvados, são bebedores de veneno; Estado, o lugar
onde todos, bons ou malvados, se perdem a si mesmos; Estado, o lugar onde o
lento suicídio de todos chama-se – “vida”!
Olhai esses supérfluos!
Roubam para si as obras dos inventores e os tesouros dos sábios; “culturas”
chamam a seus furtos – e tudo se torna, neles, em doença e adversidade!
Olhai esses supérfluos!
Estão sempre enfermos, vomitam fel e lhe chamam “jornal”. Devoram-se uns aos
outros e não podem, sequer digerir-se.
Olhai esses supérfluos!
Adquirem riquezas e, com elas, tornam-se mais pobres. Querem o poder e, para
começar, a alavanca do poder, muito dinheiro – esses indigentes!
Olhai como sobem
trepando, esses ágeis macacos! Sobem trepando uns por cima dos outros e
atirando-se mutuamente, assim no lodo e no abismo.
Ao trono, querem todos,
subir: é essa a sua loucura. Como se no trono estivesse sentada a felicidade!
Muitas vezes, é o lodo que está no trono e, muitas vezes, também o trono no
lodo.
Dementes, são todos
eles, para mim, e macacos sobre excitados. Mau cheiro exala o seu ídolo, o
monstro frio; mau cheiro exalam todos eles, esses servidores de ídolos!
Porventura, meus
irmãos, quereis
Friedrich NietzcheASSIM
FALOU ZARATUSTRA
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