Cobranças
sempre houve. Mas e agora que a sociedade tem face book e mostra o quanto ela é
bem-sucedida, linda, rica e magra, e você não? O que fazer quando o mundo todo
parece perfeito?
Gente, a
vida não espera. Você precisa correr atrás dos teus sonhos e batalhar pelo que
deseja, o quanto antes, e cada vez mais.
E esse
mundão de meu Deus está aí para te incentivar, mostrando o que cada um
conseguiu: aquela gordinha do teu face
book que deu uma bela emagrecida e que agora tem tudo para ter aquela barriga
negativa que tanto almeja, o esforçado da academia que por meio de provações
imensas transforma preguiça em músculos; aquele dedicado colega da escola que,
após tanto estudo e especializações, logo mais chega a chefão de uma
multinacional. Sem esquecer, claro, a tua amiga, correndo com os últimos
preparativos do tão sonhado casamento.
E você, onde
está? Enquadrou-se em alguma dessas vidas? Ou melhor, em quase todas? Pois
deveria. Afinal, por meio das redes sociais o mundo te dá exemplos diários do
que você deve fazer para ser bem-sucedido basta trabalhar duro para isso, e, se
eles chegaram lá, você também pode!
Ou não. E,
aliás, talvez nem queira. E tudo bem com isso – ou ao menos deveria ser. Será
que em algum momento você parou para pensar que tudo isso aí a seu alcance até
pode ser o modelo dos sonhos para muita gente, mas não necessariamente para
todos? O ideal de beleza é um ideal pra quem? E desde quando?
Você nunca
se pegou olhando para aquelas deusas renascentistas e pensou “Puxa, um
regiminho ia bem”? E o que falam tanto da Marylin Monroe, com aquelas coxas
grossas? Scarlett Johansson ganha fácil! Isso supondo que a sociedade dos anos
1950 não a consideraria um magrelo sem graça, claro. E também se pensarmos na
Johansson agraciada com todos os requintes que um bom Photoshop é capaz de
fazer, óbvio (longe de mim criticar o corpaço de Scarlett, mas é que, como você
já deve saber, ela tem imperfeições como qualquer ser humano, que são
magistralmente retocadas pela tecnologia).
Para mim
esse é um dos melhores exemplos de como é efêmera a definição do que é ou deixa
de ser belo. E não é frustrante – ou ao menos contraditório – passarmos nossas
vidas inteiras tentando alcançar um objetivo que nem seria de fato o nosso,
caso a sociedade não nos empurrasse goela abaixo que é isso que devemos querer
ser? Aí você me diz que esse é mesmo o estilo de vida que você quer seguir, e
que não é uma escolha social, mas sim somente e apenas – ou principalmente –
tua. Sabe o que eu te respondo? Tudo bem, e seja feliz! Sério. Minha conversa
aqui não é pra discutir, e de verdade respeito teu estilo de vida. Minha
preocupação, na realidade, está voltada para outra coisa: as auto cobranças
tendo como ponto de partida uma falsa realidade, vista por meio de telas de
computadores e revistas de moda, moldada para te fazer crer que todos são
especiais neste mundo (menos você). Acho que já passou da hora de se
questionar: Mas será que é assim mesmo?
O que estou
querendo dizer é que, talvez, aquele teu conhecido que você não sabe nem ao
certo como foi te adicionar no facebook esteja passando pelos mesmos
questionamentos que você, e tudo bem por isso. Já imaginou que esse teu
trabalho insuportável pudesse ser o emprego dos sonhos de teu colega
facebookiano? E todos que invejam as fotos de você e teu amor, só porque não
fazem ideia do quanto vocês discutem e
de como esse relacionamento já está desgastado? Ou então, e se muitas das
curtidas que você recebeu naquela tua foto descolada altamente intimista
acompanhada da libertária legenda “Enfim solteiro”, em vez de um simples apoio
virtual, fosse um tributo à tua coragem de deixar as expectativas de casar e
ser feliz pra sempre de lado para ir a
busca do que realmente importa?
“O que seria do
verde, se todos só gostássemos do vermelho?” Já dizia a sabedoria popular,
ninguém é obrigado a ser igual. Hoje, as cobranças são as mesmas para todo
mundo e, ao que parecem, todas as pessoas estão seguindo a moda de se
diferenciar de todo mundo – e com isso acabam sendo todos iguais, seguindo os
mesmos estilos e tentando se mostrar digno do que a sociedade espera. Mas e se,
sei lá, todo mundo decidisse se aparecer menos pra sociedade e mais pra si
mesmo? Como será que seria?
Obviuos
cobranças!?
ResponderExcluirtestando e mail
ResponderExcluirNós nunca precisamos de muito, do tanto que a mídia exibe que precisamos. Na verdade o muito acaba se tornando pouco, muitas vezes. A questão não é ter o melhor de tudo, mas é valorizar o que você tem, é ser o melhor que pode ser, não querer ser o melhor de todos, a vida não é uma competição, nós não devemos ser inimigos uns dos outros, devemos juntar forças, devemos nos ajudar. O mundo exige união, mas só cria situações de discórdia.
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