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segunda-feira, 30 de março de 2015

VIVEMOS TEMPOS LÍQUIDOS. NADA É PARA DURAR

 
Estamos cada vez mais aparelhados com iPhones, tablets, notebooks, etc. Tudo para disfarçar o antigo medo da solidão. O contato via rede social tomou o lugar  de boa parte das pessoas, cuja marca principal é a ausência de comprometimento. Este texto tem como base a ideia do "ser líquida”, característica presente nas relações humanas atuais. Inspirado na obra "Amor Líquido" - sobre a fragilidade dos laços humanos, de Zigmunt Bauman. As relações se misturam e se condensam com laços momentâneos, frágeis e volúveis. Num mundo cada vez mais dinâmico, fluído e veloz. Seja real ou virtual.
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman é um dos intelectuais mais respeitados da atualidade. Aos 87 anos, seus livros venderam mais de 200 mil cópias. Um resultado e tanto para um teórico. Entre eles, “Amor liquido” é talvez o livro mais popular de Bauman no Brasil. É neste livro que o autor expõe sua análise de maneira mais simples e próxima do cotidiano, analisando as relações amorosas e algumas particularidades da “modernidade líquida”. Vivemos tempos líquidos, nada é feito para durar, tampouco sólido. Os relacionamentos escorrem das nossas mãos por entre os dedos feito água.
Bauman tenta mostrar nossa dificuldade de comunicação afetiva, já que todos querem relacionar-se. Entretanto, não conseguem, seja por medo ou insegurança. O autor ainda cita como exemplo um vaso de cristal, o qual à primeira queda quebra. As relações terminam tão rápido quanto começam, as pessoas pensam terminar com um problema cortando seus vínculos, mas o que fazem mesmo é criar problemas em cima de problemas.
É um mundo de incertezas, cada um por si. Temos relacionamentos instáveis, pois as relações humanas estão cada vez mais flexíveis. Acostumados com o mundo virtual e com a facilidade de “desconectar-se”, as pessoas não conseguem manter um relacionamento de longo prazo. É um amor criado pela sociedade atual (modernidade líquida) para tirar-lhes a responsabilidade de relacionamentos sérios e duradouros. Pessoas estão sendo tratadas como bens de consumo, ou seja, caso haja defeito descarta-se - ou até mesmo troca-se por "versões mais atualizadas".
O romantismo do amor parece estar fora de moda, o amor verdadeiro foi banalizado, diminuído a vários tipos de experiências vividas pelas pessoas as quais se referem a estas utilizando a palavra amor. Noites descompromissadas de sexo são chamadas “fazer amor”. Não existem mais responsabilidades de se amar, a palavra amor é usada mesmo quando as pessoas não sabem direito o seu real significado.
Ainda para tentar explicar a relações amorosas em “Amor Líquido”, Bauman fala sobre “Afinidade e Parentesco.” O parentesco seria o laço irredutível e inquebrável. É aquilo que não nos dá escolha. A afinidade é ao contrário do parentesco. Voluntária, esta é escolhida. Porém, e isso é importante, o objetivo da afinidade é ser como o parentesco. Entretanto, vivendo numa sociedade de total “descartabilidade”, até as afinidades estão se tornando raras.
Bauman fala também sobre o amor próprio: o filósofo afirma que as pessoas precisam sentir que são amadas, ouvidas e amparadas. Ou precisam saber que fazem faltas. Segundo ele, ser digno de amor é algo que só o outro pode nos classificar. O que fazemos é aceitar essa classificação. Mas, com tantas incertezas, relações sem forma - líquidas - nas quais o amor nos é negadas, como terão amor próprio? Os amores e as relações humanas de hoje são todos instáveis, e assim não temos certeza do que esperar. Relacionar-se é caminhar na neblina sem a certeza de nada - uma descrição poética da situação.

"Para ser feliz há dois valores essenciais que são absolutamente indispensáveis [...] um é segurança e o outro é liberdade. Você não consegue ser feliz e ter uma vida digna na ausência de um deles. Segurança sem liberdade é escravidão. Liberdade sem segurança é um completo caos. Você precisa dos dois. [...] Cada vez que você tem mais segurança, você entrega um pouco da sua liberdade. Cada vez que você tem mais liberdade, você entrega parte da segurança. Então, você ganha algo e você perde algo", afirma o filósofo.

 ZYGMUNT BAUMAN


quinta-feira, 26 de março de 2015

NOVAMENTE POSTANDO O MITO POIS ALUNOS DO 1°D e 1°E ,precisam argumentar. Obs. clica em comentários para responder



O que é a caverna?
Que são as sombras das estatuetas?
Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna?
O que é a luz exterior do sol?
O que é o mundo exterior?
Qual o instrumento que liberta o filósofo e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros?
O que é a visão do mundo real iluminado?

Por que é que os prisioneiros ridicularizam, espancam e matam o filósofo?

domingo, 1 de março de 2015

COBRANÇA!


Cobranças sempre houve. Mas e agora que a sociedade tem face book e mostra o quanto ela é bem-sucedida, linda, rica e magra, e você não? O que fazer quando o mundo todo parece perfeito?
Gente, a vida não espera. Você precisa correr atrás dos teus sonhos e batalhar pelo que deseja, o quanto antes, e cada vez mais.
E esse mundão de meu Deus está aí para te incentivar, mostrando o que cada um conseguiu: aquela gordinha do teu  face book que deu uma bela emagrecida e que agora tem tudo para ter aquela barriga negativa que tanto almeja, o esforçado da academia que por meio de provações imensas transforma preguiça em músculos; aquele dedicado colega da escola que, após tanto estudo e especializações, logo mais chega a chefão de uma multinacional. Sem esquecer, claro, a tua amiga, correndo com os últimos preparativos do tão sonhado casamento.
E você, onde está? Enquadrou-se em alguma dessas vidas? Ou melhor, em quase todas? Pois deveria. Afinal, por meio das redes sociais o mundo te dá exemplos diários do que você deve fazer para ser bem-sucedido basta trabalhar duro para isso, e, se eles chegaram lá, você também pode!
Ou não. E, aliás, talvez nem queira. E tudo bem com isso – ou ao menos deveria ser. Será que em algum momento você parou para pensar que tudo isso aí a seu alcance até pode ser o modelo dos sonhos para muita gente, mas não necessariamente para todos? O ideal de beleza é um ideal pra quem? E desde quando?
Você nunca se pegou olhando para aquelas deusas renascentistas e pensou “Puxa, um regiminho ia bem”? E o que falam tanto da Marylin Monroe, com aquelas coxas grossas? Scarlett Johansson ganha fácil! Isso supondo que a sociedade dos anos 1950 não a consideraria um magrelo sem graça, claro. E também se pensarmos na Johansson agraciada com todos os requintes que um bom Photoshop é capaz de fazer, óbvio (longe de mim criticar o corpaço de Scarlett, mas é que, como você já deve saber, ela tem imperfeições como qualquer ser humano, que são magistralmente retocadas pela tecnologia).
Para mim esse é um dos melhores exemplos de como é efêmera a definição do que é ou deixa de ser belo. E não é frustrante – ou ao menos contraditório – passarmos nossas vidas inteiras tentando alcançar um objetivo que nem seria de fato o nosso, caso a sociedade não nos empurrasse goela abaixo que é isso que devemos querer ser? Aí você me diz que esse é mesmo o estilo de vida que você quer seguir, e que não é uma escolha social, mas sim somente e apenas – ou principalmente – tua. Sabe o que eu te respondo? Tudo bem, e seja feliz! Sério. Minha conversa aqui não é pra discutir, e de verdade respeito teu estilo de vida. Minha preocupação, na realidade, está voltada para outra coisa: as auto cobranças tendo como ponto de partida uma falsa realidade, vista por meio de telas de computadores e revistas de moda, moldada para te fazer crer que todos são especiais neste mundo (menos você). Acho que já passou da hora de se questionar: Mas será que é assim mesmo?
O que estou querendo dizer é que, talvez, aquele teu conhecido que você não sabe nem ao certo como foi te adicionar no facebook esteja passando pelos mesmos questionamentos que você, e tudo bem por isso. Já imaginou que esse teu trabalho insuportável pudesse ser o emprego dos sonhos de teu colega facebookiano? E todos que invejam as fotos de você e teu amor, só porque não fazem ideia do quanto  vocês discutem e de como esse relacionamento já está desgastado? Ou então, e se muitas das curtidas que você recebeu naquela tua foto descolada altamente intimista acompanhada da libertária legenda “Enfim solteiro”, em vez de um simples apoio virtual, fosse um tributo à tua coragem de deixar as expectativas de casar e ser feliz pra sempre de lado para ir  a busca do que realmente importa?
“O que seria do verde, se todos só gostássemos do vermelho?” Já dizia a sabedoria popular, ninguém é obrigado a ser igual. Hoje, as cobranças são as mesmas para todo mundo e, ao que parecem, todas as pessoas estão seguindo a moda de se diferenciar de todo mundo – e com isso acabam sendo todos iguais, seguindo os mesmos estilos e tentando se mostrar digno do que a sociedade espera. Mas e se, sei lá, todo mundo decidisse se aparecer menos pra sociedade e mais pra si mesmo? Como será que seria?
Obviuos

MUDANÇAS POR OBRIGAÇÃO? DESEJO? NECESSIDADE? VONTADE?