Segundo o IBGE, mais de
30% dos brasileiros não sabem quem é o governador de seu estado. Dois em cada
10 brasileiros não conseguem dizer quem é o presidente da República, e só 18%
praticaram alguma ação política, como fazer uma reclamação ou preencher um abaixo-assinado.
“A democracia virou um espetáculo de televisão que emerge apenas durante a
época de eleições”, afirma o sociólogo Edson Passetti, pesquisador do
Departamento de Política da PUC-SP. “O cidadão renunciou a sua consciência
crítica e migrou para uma posição de opinião pública, que é forjada pela
televisão.” Para Passetti, votar nulo não serve para eliminar corruptos da
política, mas pode funcionar como uma crítica generalizada. “Optar pelo voto
nulo é saudável como protesto contra todo um sistema.”
Anular também parece
uma boa para quem não se contenta ou não vê diferença entre os candidatos.
“Política é escolha. E o voto nulo é uma escolha como qualquer outra”, afirma
Francisco de Oliveira, professor de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP).
Não se trata de um acadêmico que enxerga a política apenas teoricamente. Hoje
com 71 anos, Francisco participou do governo do presidente João Goulart até
1964. Com o golpe militar, teve que sair do Brasil para não ser perseguido pela
ditadura. Na década de 1980, se uniu a um grupo de amigos e ajudou a fundar o
PT, partido com a maior bancada na Câmara dos Deputados. Mas, na próxima
eleição, se o segundo turno se confirmar entre os dois candidatos a presidente
líderes nas pesquisas, Francisco pretende anular. “Como os candidatos já
abdicaram da política para seguir a ordem financeira internacional, parecem
todos iguais”
afirma:
http://super.abril.com.br/cultura/adianta-votar-nulo-446574.shtml
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