Racismo no Brasil
Qualquer pensamento ou
atitude que segrega as raças humanas considerando-as hierarquicamente como
superiores e inferiores pode ser considerado racismo, o qual, no Brasil, é
fruto da era colonial e escravocrata estabelecida pelos colonizadores
portugueses.
Sem espanto, a
característica mais marcante do racismo brasileiro é seu caráter não oficial,
pois se a lei conferiu liberdade jurídica aos escravos, estes nunca foram de
fato integrados a economia e, sem assistência do Estado, muitos negros caíram
em dificuldades após a liberdade. Ora, desde a proclamação da República, não há
referência jurídica a qualquer distinção de raça.
Outro atributo a
escamotear o racismo no Brasil fora a ideologia do branqueamento, apoiada pelo
governo, o qual facilitava a entrada imigrante europeia e árabe em terras
brasileiras, e por correntes científicas, como a corrente do darwinismo racial
e do higienismo. Não obstante, a mestiçagem, vista como o
"clareamento" da população, criou raízes profundas na sociedade
brasileira no início do século XX, pois, os negros foram abandonando sua
cultura africana, substituída por valores brancos, o que faz das vítimas do
racismo o seu próprio carrasco.
Na prática, muitos
negros(as) preferiram se casar com companheiros(as) de pele mais clara, posto
que seus filhos teriam menos probabilidades de sofrer com o racismo. Contudo, a
despeito de décadas de crescimento econômico, as disparidades sociais
permanecem.
Em combate ao racismo e
também como reconhecimento de sua existência, fora criada em 1951 a lei que
tornou contravenção penal a recusa de hospedar, servir, atender ou receber
cliente, comprador ou aluno por preconceito de raça ou de cor, a "Lei
Afonso Arinos". Posteriormente, com a Constituição Federal de 1988, a lei
nº 7716, de 5 de janeiro de 1989, tornou o racismo um crime inafiançável.
O “Apartheid
Social" no Brasil
Sem espanto, as
implicações do racismo no Brasil, enquanto estrutura de dominação política,
cultural e social, não alude somente à segregação socioeconômica dessa população,
mas implicam, de fato, em etnocídio e genocídio da população negra e indígena
desde os primórdios da colonização portuguesa até os dias de hoje. A “apartheid
social" se manifesta, portanto, na discriminação social que possuí uma
dimensão racial implícita, onde a maioria dos desprovidos é negra ou de mestiços.
Alguns Dados
Estatísticos sobre o Racismo no Brasil
As pesquisas
estatísticas no Brasil descobriram que o preconceito é sempre atribuído ao
“outro”. 63,7% dos brasileiros entendem que a raça determina a qualidade de
vida dos cidadãos, principalmente no trabalho (71%), em questões judiciais
(68,3%) e em relações sociais (65%).
93% dos entrevistados
admitiram o preconceito racial no Brasil, mas 87% deles afirmaram nunca se
sentiram descriminados; 89% deles afirmam haver preconceito de cor contra
negros no Brasil, mas apenas 10% admitiram tê-lo. Por fim, 70% dos brasileiros
vivendo na miséria são negros ou pardos.
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