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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

CIÚMES



O ciúme, mesmo quando bem administrado, acaba se manifestando quando surge algum risco de perda do amado: reforça ainda mais a insegurança.
Uma pessoa pode ter boa autoestima, conviver com um parceiro totalmente confiável e ainda assim sentir ciúme da relação dele com uma irmã.
O ciúme sentimental é o que um pai costuma experimentar, por exemplo, ao observar a intensidade do carinho que une seu filho à sua esposa.
O ciúme sentimental é mais forte quando a intensidade do amor que une as pessoas envolvidas é enorme: casais apaixonados tendem a se isolar!
Casais apaixonados costumam ter mais problema de ciúme sentimental do que os que se amam menos, onde a desconfiança gera maior ciúme sexual.
É possível a uma pessoa que ama de verdade seu par não sentir nenhum tipo de ciúme? Essas criaturas existem, mas são a exceção e não a regra.

As origens do ciúme são conhecidas (insegurança, amor intenso, desejo de exclusividade etc). O que não sabemos explicar é sua inexistência!


Flávio Gikovate


quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

domingo, 26 de janeiro de 2014

“TUDO QUE EMANCIPA OS HOMENS É VERDADE, TODO O RESTO É FALSO”


“TUDO QUE EMANCIPA OS HOMENS É VERDADE, TODO O RESTO É FALSO”: CARTA DO FILÓSOFO LIBERTÁRIO RUSSO MIKHAIL BAKUNIN



“Sou o mesmo de antes – um inimigo certo do atual estado das coisas, com essa diferença apenas, que eu finalmente conquistei a metafísica e a filosofia em mim mesmo e me joguei inteiramente, com toda minha alma, no mundo prático, o mundo do ato real”. Acredite amigo, a vida é bela; agora tenho direito pleno de dizer, porque eu parei de enaltecer a observação do mundo por construções teóricas e sem saber dele senão por fantasia, porque eu realmente experimentei muito de sua amargura, porque tenho sofrido muito e tenho caído em desespero.
 Estou amando, Pavel, estou amando apaixonadamente: não sei se sou capaz de ser amado como desejo ser amado, mas não desisto de ter esperança: eu sei que ao menos ela tem sentimentos afetivos em relação a mim, eu quero ter mérito para receber desta que amo, quero amá-la reverentemente, que é apaixonante: ela está submetida à mais terrível e à mais infame escravidão e devo libertá-la, combatendo seus opressores e inflamando em seu coração o sentimento da sua própria dignidade, incitando-a ao amor e à necessidade por liberdade, os instintos da rebelião e independência, fazendo-a se lembrar das sensações de sua força e seus direitos.
 Amar é desejar a liberdade, a completa independência do outro: o primeiro ato de verdadeiro amor é a completa emancipação do objeto amado. Uma pessoa não pode amar a não ser que seja perfeitamente livre, independente, não apenas de outros mas mesmo e acima de tudo daquele que ama e de quem está apaixonado por você.
 Aí está, esta é minha profissão de fé política, social e religiosa, é meu mais profundo sentimento, não apenas das minhas atividades e de minhas inclinações políticas, mas também da extensão que sou capaz em minha existência particular e individual, porque o tempo em que essas duas formas de ação poderiam ser separadas está muito distante de nós, agora o ser humano quer liberdade em todos os significados e aplicações dessa palavra, ou ele não quer nada. Desejar, no amor, a dependência da pessoa a quem se ama, é a coisa mais perigosa e abominável do mundo, porque seria uma fonte interminável de escravidão e brutalidade da humanidade.
 Tudo o que liberta o homem, tudo que o faz retornar a si mesmo, faz nascer nele o princípio de sua atividade original e realmente independente. Tudo o que lhes dá força para serem eles mesmos é verdade, todo o resto é falso, mata a liberdade e é absurdo… Emancipar o homem, este é o único uso legítimo e benéfico das nossas forças… Por baixo de todos os dogmas religiosos e filosóficos, não há nada além de mentiras; a verdade não é uma teoria, mas um fato, é a própria vida, é a comunidade de seres livres e independentes, é a unidade santa do amor que irrompe das profundezas misteriosas e infinitas da liberdade individual. ”
~ Mikhail Aleksandrovitch Bakunin (1814-1876), em Carta ao irmão Paulo (29 de março de 1845)

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O Mal e o Livre Arbítrio em Santo Agostinho

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona, ocupou-se intensamente com aquilo que costumamos chamar de “o problema do mal”, ou seja, saber a origem do mal. Porém, sua trajetória de busca e ansiedade tem início desde cedo, sendo influenciado, em sua vida, por muitas correntes doutrinárias e filosóficas. Recebeu sua primeira influência de sua mãe, Mônica. Cícero foi seu segundo modelo. Agostinho, em seguida, passa a ser seguidor dos maniqueus, vindo depois a admirar os céticos. Com a leitura dos livros neoplatônicos entende a realidade do material e a não-realidade do mal. Por fim, lendo São Paulo, apreende o sentido da fé, chegando a adotar uma posição radical sobre a predestinação. Mas trataremos aqui sobre sua obra “O Livre Arbítrio”, na qual ele responde muitas de suas próprias interrogações sobre a origem do mal, sobre a relação do mal com o livre arbítrio, num diálogo com Evódio, seu amigo e conterrâneo. É sobre a relação entre o mal e o livre arbítrio, em Santo Agostinho, que trataremos, ainda que de maneira sintética, neste trabalho.

Agostinho confrontou o dualismo da religião maniqueísta que ensinava o mal como uma realidade igualmente eterna, mas oposta ao bem. O mal em Agostinho deve ser visto, num primeiro momento, como algo que não existe no cosmos, para ele, o mal não existe como uma entidade. Aquilo que chamamos de mal é simplesmente a ausência do bem. O mal é, fundamentalmente, a falta ou privação do bem. Porém, Agostinho vai falar do mal moral, que é o pecado, que não teria causa eficiente, mas causa deficiente. Com isso, Agostinho não está admitindo que o mal como uma substância, pois o mal continua não existindo como uma entidade ou substância. Corrompe coisas boas sem ter natureza própria. Porém o pecado é o distanciamento do bem.
Santo Agostinho deixa clara a sentença: “Deus não pode praticar o mal”[2]. O mal também não pode ser atribuído a Deus, nem ficar fora da ordem providencial. Deus, o Criador, o Bem Supremo, criou todas as coisas por meio de seu Verbo. Todas as obras de Deus são boas. De sua natureza boa só pode vir o bem. Mas Santo Agostinho também sentencia que “o mal não poderia ser cometido sem ter algum autor”[3]. Para ele, cada pessoa é autora de sua má ação, e toda ação é praticada de modo voluntário, do contrário, segundo Agostinho, Deus não puniria com justiça as más ações praticadas.
Diante da interrogação de Evódio sobre “de quem aprendemos pecar”, Agostinho responde que o que aprendemos é a instrução para o bem, não as coisas más. As más ações consistem exatamente na desobediência às instruções. Se a instrução é sempre um bem, desobedecê-la, inevitavelmente, será sempre um mal. Consequentemente o mal não se aprende, pois é impossível que este seja objeto de instrução. Para Agostinho é inútil procurar quem nos teria ensinado a praticar o mal. Pois o que sabemos é que recebemos instrução, e não há instrução para o mal.
É preciso entender, porém, o porquê de agirmos mal, se temos recebido instrução sobre e para o bem. Seria por causa do livre arbítrio? Se o é, então o livre arbítrio seria o mal em potência. Se Deus deu ao homem o livre arbítrio, e por meio dele o homem comete más ações, é de ficar subentendido que o livre arbítrio é, indiretamente, um mal e Deus seria culpado por ter dado ao homem a capacidade de escolher entre o bem e o mal com o seu livre-arbítrio. Porém Agostinho insiste na bondade de Deus e mostra que o livre arbítrio é um bem, é um dom de Deus. O homem é livre para fazer o bem. O poder de usar bem o livre arbítrio é a liberdade.  Porém o homem pode querer o mal e usa o livre arbítrio para fazer o mal, pois o bem já lhe é algo concedido por Deus. O livre arbítrio, portanto, não é um mal em si, visto que é um dom de Deus, embora o homem o use para pecar. Deus não é o autor do pecado. Se o homem peca, a culpa é sua, a responsabilidade exclusiva pela prática do mal moral, isto é, do pecado, é exclusiva do homem. E quando age desordenadamente contra a vontade de Deus recebe punição. Por isso Deus age com justiça quando pune as más ações do homem.
Entre Agostinho e Evódio há um diálogo sobre a questão “a lei proíbe algo porque é pecado ou algo é pecado porque há uma lei que proíbe?”. Para Agostinho algo é pecado mesmo que não haja lei para servir de parâmetro. O contrário também é verdadeiro, a lei pode proibir algo que não é pecado (Agostinho cita os cristãos que foram condenados por professarem sua fé). A lei, portanto, não serve para determinar o que é mal. O mal moral (o pecado) no homem é proveniente de sua paixão interior denominada de concupiscência. E esse mal, independente das prescrições da lei, é pecado. Por isso, Agostinho vai relembrar o texto de Mateus Capítulo 5, Versículo 28, sobre os pensamentos adúlteros.

A filosofia de Agostinho é, portanto, apologética, pois busca defender Deus como o bem supremo destituído de todo mal, que não é o autor do mal nem pode praticá-lo. O mal, como substância não existe, sendo ausência do bem. Quando corrói as vidas, o mal age como a ferrugem que ataca, mas não possui natureza própria. Sua filosofia vê o homem como total responsável pelos seus atos, crendo que os homens praticam seus pecados por meio do livre arbítrio que receberam, mas o livre arbítrio, em si mesmo, não é um mal, porém um bem, um dom de Deus. O pecado é a subversão da bela e boa ordem criada por Deus.
          


BIBLIOGRAFIA


AGOSTINHO. Santo, O Livre Arbítrio. Tradução: Nair de Assis Oliveira. 2ª Ed. São Paulo:

Respeite o meu direito de não querer te ouvir ou ver

Respeite o meu direito de não querer te ouvir ou ver
O fato de alguém querer muito a nossa atenção não nos obriga a aceitar sua aproximação. Ao insistir em seu objetivo, mesmo que nos ame, ela estará sendo prepotente e egoísta.
Um senhor me acusou de desrespeitoso e mal-educado. Motivo? Não quis falar com ele ao telefone. Não o conheço, sabia que ele queria fazer críticas — “construtivas” — ao meu trabalho. Não me interessei em saber quais eram.
Uma colega me conta que sua mãe lhe diz: “Sua amiga de infância esteve aqui e está louca para revê-la. Quando posso marcar o encontro?” Minha colega não tem interesse em saber como está essa pessoa, nem deseja reencontrá-la.
Uma filha atende o telefone e diz ao pai: “Fulano quer falar com você”. O pai responde: “Diga que não estou”. “Mas ele diz que quer muito falar com você.” O pai: “Sim, mas eu não quero falar com ele!”
Afinal de contas, quem está com a razão? Aquele que se sente ofendido por não ser ouvido ou recebido? Ou quem se acha com o direito de só receber as pessoas que lhe interessam?
Quem faz questão de colocar sua opinião tem direito a isso ou é prepotente por achar que o outro tem que ouvi-lo, apenas porque ele está com vontade de falar? Ou é egoísta e desrespeitoso aquele que só fala e recebe as pessoas que lhe interessam ou quando está com vontade?
Acho fundamental tentarmos entender essas questões aparentemente banais, uma vez que elas são parte das complicadas relações no cotidiano de todos nós. Elas envolvem questões morais e dos direitos de cada um. Tratam do que é justo e do que é injusto.
Acredito que é direito legítimo de cada falar ou não com qualquer outra pessoa. O fato de ela querer muito nossa atenção não nos obriga a aceitar sua aproximação. E isso independe das intenções de quem deseja o convívio.
Posso, se quiser, recusar a aproximação de uma pessoa, mesmo que ela venha me oferecer o melhor negócio do mundo. E o fato de uma pessoa me amar também não a autoriza a nada! Não pode, apenas por me amar, desejar que eu a queira por perto.
Ao forçar a aproximação com alguém que não esteja interessado nisso, a pessoa estará agindo de modo agressivo, autoritário e prepotente.
As belas intenções não alteram o caráter prepotente da ação. Na verdade, egoísta é quem quer ver sua vontade satisfeita, mesmo se isto for unilateral. Ele não está ligando a mínima para o outro.
O mesmo raciocínio vale para as pessoas amigas. Não tem o menor sentido eu ir à casa de um amigo para dizer-lhe o que penso de uma determinada atitude sua que não me diz respeito, mesmo que eu não tenha gostado ou aprovado.
Ele não me perguntou nada! Ainda que goste muito de mim, talvez não queira saber minha opinião. Talvez não deseje saber a opinião de ninguém! É direito dele.
Pode também acontecer o contrário: a pessoa desejar a minha opinião e eu me recusar a dar. Aí é o outro quem tem de respeitar o meu direito de omissão. Não cabe a frase do tipo: “Mas nós somos tão amigos e temos que dizer tudo um ao outro”.
É assim que, com frequência, se perdem bons amigos. É preciso ter cautela com o outro, com o direito do outro. Não basta ter vontade de falar. É preciso que o outro esteja com vontade de ouvir.
Nós nos tornamos inconvenientes e agressivos quando falamos coisas que os outros não estão a fim de ouvir.
Raciocínio idêntico vale também para as relações íntimas — entre parentes, em geral, e marido e mulher, em particular.
Nesses casos, o desrespeito costuma ser ainda maior. As pessoas dizem e fazem tudo o que lhes passa pela cabeça. É um perigo. Elas não param de se ofender e de se magoar. Acreditam que, só porque são parentes, têm o direito de falar tudo o que pensam, sem se preocupar como o outro irá receber aquelas palavras.
Toda relação humana de respeito implica a necessidade de se imaginar o que pode magoar gratuitamente o outro.
É necessário prestar atenção no outro, para evitar agressões, mesmo involuntárias.

Quando as pessoas falam e fazem o que querem, sem se preocupar com a repercussão sobre o outro, é porque nelas predomina o egoísmo ou o desejo de magoar.

EROTISMO

                       


                         

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Programa Jovem Aprendiz 2014.

http://www.vagaprimeiroemprego.com/

http://concursosbr.net/jovem-aprendiz-2014-inscricoes/

http://dialogospoliticos.wordpress.com/2014/01/13/caixa-economica-divulga-abertura-de-3-mil-vagas-para-o-jovem-aprendiz-2014/

http://jornalipanema.com.br/noticias/educacao/44885-programa-jovem-aprendiz-abrira-vagas-em-rede-de-bancos

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

AMOR À SABEDORIA: Sugestão para Leitura

AMOR À SABEDORIA: Sugestão para Leitura: Qual a justificativa para a vida? Há provavelmente milhares de respostas filosóficas a esta pergunta. Leia como um exemplo o ...

Sugestão para Leitura







Qual a justificativa para a vida?
Há provavelmente milhares de respostas filosóficas a esta pergunta. Leia como um exemplo o que escreveu Kafka em seus apontamentos:
Ninguém aqui gera mais do que a sua possibilidade espiritual de viver; pouco importa que dê a aparência de trabalhar para se alimentar, para se vestir, etc.; com cada bocada visível uma invisível lhe é estendida, com cada vestimenta visível uma invisível vestimenta. Está nisso a justificação de cada homem. Parece fundamentar a sua existência com justificações ulteriores, mas essa é apenas a imagem invertida que oferece o espelho da psicologia, de fato erige a sua vida sobre as suas justificações. É verdade que cada homem deve poder justificar a sua vida (ou a sua morte, o que vem dar no mesmo), não pode furtar-se a essa tarefa.

O DESPREZO.....







O ato de desprezar uma pessoa significa impor a ela severa humilhação: além de rebaixá-la, indica que não se quer nenhuma forma de convívio.
Quem despreza o interlocutor está se posicionando não só em posição de superioridade como atribuindo a ele propriedades negativas e graves.
Muitas pessoas, talvez de forma inadvertida, têm expressões faciais que são vistas como de desprezo: fazem inimigos e não percebem a razão!
Nas conversas, muitos se envaidecem ao mostrar como são mais inteligentes e cultos: humilham, desprezam e ofendem aqueles com quem convivem.
É preciso muito cuidado com a comunicação não verbal: podemos ser "traídos" por atos e expressões que o outro interpretará como agressivos.

Quem quer se comunicar bem tem que ficar bem atento aos interlocutores e aos sinais que indicam como eles reagem às nossas palavras e atos.
Gikovate.

sábado, 4 de janeiro de 2014

VINGANÇA!







Quem combate monstruosidades deve cuidar para que não se torne um monstro. E se você olhar longamente para um abismo, o abismo também olha para dentro de você. — Nietzsche, Para além do bem e do mal.

GENERALIZAÇÃO.








Um erro grosseiro no modo de pensar de certas pessoas se manifesta sob a forma de generalizações: "todos os homens são infiéis" é uma delas!
"As mulheres são mais românticas"; ou então "elas são mais interesseiras": generalizações escondem preconceitos, mágoas pessoais ou despeito.
As generalizações positivas são ditas a respeito da própria condição, ao passo que as depreciativas falam do modo de ser das outras pessoas!
"Fulano é estourado, agride com palavras, reclama de tudo. Mas no fundo é uma pessoa legal, uma boa alma". Esse não é um bom modo de pensar.
A pessoa legal é a que trata bem aqueles com quem convive. A expressão "no fundo é boa alma" é uma hipótese que jamais poderá ser confirmada.

Convém avaliar as pessoas mais pelos atos do que pelas palavras já que jamais saberemos exatamente o que se passa "no fundo de cada alma".

Flavio Gikovate